Vitoriano Palhares




Negro Adeus

Adeus! já nada tenho que dizer-te.
Minhas horas finais trêmulas correm.
Dá-me o último riso, para que eu possa
Morrer cantando, como as aves morrem.

Ai daquele que fez do amor seu mundo!
Nem deuses nem demônios o socorrem.
Dá-me o último olhar, para que eu possa
Morrer sorrindo, como os anjos morrem.

Foste a serpente, e eu, vil, ainda te adoro!
Que vertigens meu cérebro percorrem!
Mente a última vez, para que eu possa
Morrer sonhando, como os doidos morrem.



Imagem: Silvia Marmori

Comentários

  1. Que imagem...adoro portas, portões!

    Tudo que abre e fecha também.

    Beijinhos.

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  2. Triste...
    A figura é bela...inspira recomeço...iluminação.

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  3. Anônimo17:46:00

    Me lembrei do Chiquinho...rs

    Eu bato o portão sem fazer alarde,
    eu levo a carteira de identidade
    Uma saideira, muita saudade,
    e a leve impressão de que já vou tarde...

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Não fazemos censura prévia mas os exageros serão deletados.

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