Luis Bello




Os amores que quero (e os que não quero

Sei que há verbos de amor que conjugamos
Ou calamos
E bravuras de amor que não ousamos.

Mas sei também que o amor pede firmeza
E clareza
Em todos os tempos e modos que conjuga.

Não quero mais o amor de compromisso
Tão omisso
Nas liberdades que sempre anuncia.

Também não quero o amor instituído
Do marido,
Vítima inerme da monogamis.

Eu quero o amor sinfônico dos grilos,
Que mobilizam orquestras estridentes
Para encantar e amar suas nubentes.

Quero o amor triunfal dos pirilampos
Que iluminam o seu mundo e suas vidas,
Para atrair as suas preferidas.

Eu quero o amor trivial dos namorados
Liberto ou não, secreto, proibido,
Talvez proscrito ou amaldiçoado
Pelas forças que regem, ou que oprimem
As travessuras líricas do homem.

Eu quero amar, como a palavra indica,
Com a mais completa naturalidade.
Eu quero, enfim, viver, inteiramente,
Aquilo que o amor significa.


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