Ildásio Tavares




Soneto da posse

Amar é possuir.
Não mais que o gozo
Quero.
Não sei porque desejas tanto
escravizar-me; escravizar-te.
Quanto menos me tens, mais me terás.
Gostoso é ser-me livre, alegre, escandaloso –
o peito aberto pra cantar meu canto;
os olhos claros pra ver todo encanto;
as mãos aladas, pássaros sem pouso.
Abre-me o corpo, vem dá-me o teu vale,
e a esconsa flor que ocultas hesitante,
pois o que falo o falo sem que fale
em tom de amor.
Quero vaivem, espasmo -
um corpo a corpo num só corpo palpitante,
dois no galope até o sol de um só orgasmo.


Comentários

  1. Anônimo13:04:00

    Ui....muito bom

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  2. quanta profusão de lirismo na descrição do amor carnal.

    JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

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Não fazemos censura prévia mas os exageros serão deletados.

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