Margarida Monarca




Amarras

Não me coloques limites,
não me feches em mundos pequenos
onde o espaço, controlado, depressa se torna fugaz
para todos os sonhos que albergo...
Não me vendas a liberdade
a troco do teu egoísmo,
não me faças cativa de vontades alheias,
não me sigas o andar
em passinhos de lã de cordeiro,
não me ensines a cor do desgosto
de ter de adorar
os mesmos deuses que tu!
Não sabes tu que as aves rebeldes
voltam sempre ao peito de quem as liberta,
carinhosamente,
no vento?
Não sabes tu
que é com palavras
que se desfazem silêncios
e se constroem pontes entre os amantes?
Não me coloques amarras,
que as grilhetas me prendem os pés descalços
e assim desaprendo o respirar
que a tanto custo conquistei!



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