Venúsia Neiva





Meditação

tarde úmida como uma lágrima.
do fundo de minha angústia medito na morte.
não basta, meu amor,
que tenhas lábios frescos como a água,
que tuas mãos sejam mornas e boas.
ó, amor meu,
medito na morte,
na nossa imensa fragilidade diante de tudo,
na vida que é um sopro,
que é todo uma sucessão de coisas inúteis.


Imagem: Max Miranda



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