IMPLODINDO O EGO - e crescendo em espírito.
Alguns chamam de Energia Cósmica, outros buscam na natureza
a harmonia da Mãe Terra, mas creio que todos concordamos com a existência do
espírito e da alma, essas entidades interiores que parecem viver paralelamente
com a carne que nos envolve, mas são imensamente mais complexas e delicadas.
Temos pelo espírito uma aparente admiração e preocupação. Sabemos que o
crescimento espiritual não é tarefa fácil, principalmente porque a carne parece
satisfazer de imediato e a contento a nossa fome de "vida", e assim
vamos protelando sempre as preocupações espirituais.
No nosso aniversário comemoramos mais um ano de vida tomando
como referência a nossa existência material, mas você já se perguntou quantos
anos você tem de espírito? Quantos aniversários você comemorou tendo a estatura
de seu espírito como referência? Seria o espírito uma coisa menor que a carne?
Para os que acreditam é uma infâmia pensar assim, sabemos que a carne
desaparece e a vida (como entendemos) pode acabar a qualquer momento e o
espírito não, ele é na verdade o único caminho para a eternidade perfeita.
Poderia estender esse assunto durante semanas (se me pedirem
até posso), mas objetivamente, mesmo não sendo uma tarefa das mais agradáveis,
tenho me preocupado muito com o meu crescimento espiritual - talvez porque aos
66 anos me sinta mais próximo do fim. Tenho
testemunhado de maneira convicta que todo o tempo que temos é pouco para o
crescimento em espírito. Trocando em miúdos, creio mesmo que aos 60 anos um homem
que nunca se preocupou com esse assunto tenha não mais que dez anos de espiritualidade,
é ser muito “espírito de porco”, não?
Não é fácil implodir nossas demandas materiais. Exterminar
nossas vaidades egoístas e se ajoelhar diante do conceito divino do verdadeiro
amor. Não há certeza de vitória e nem
Deus espera heroísmos de nossa parte, mas sim a pertinência de um exercício
sistemático de crescimento em espírito.
É uma tarefa dificílima se ver livre das camadas milenares impostas pela
religião. Cegaram nosso olhos e subverteram a espiritualidade original. Implodir o ego (my self) deveria ser um
processo prematuro em nossas vidas, mas muito cedo já recebemos uma carga
pesadíssima de informações fundamentalistas das religiões e conceitos culturais
absurdos sobre nossa relação com o bem e com o espírito - olhando para o
Oriente Médio sabemos o quanto isto pode ser terrível.
Não tenho propensões e mais nenhuma razão para ser religioso
e muito menos a necessidade de freqüentar uma igreja tradicional (e nada tenho
contra quem o faça), mas isto em nada me exime ou prejudica-me de observar e
buscar o meu crescimento espiritual. Certamente você ser torna uma pessoa
melhor, afável, amorosa e Cristo - para os que acreditam -, se alegrará com
isto. Aliás, na verdade isto é tudo com que Ele se alegra. (Odilon Carlos)
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