Mimi




Eu?

Não tenho mais
o mesmo gosto.

Os humores
que me escorrem dos olhos,
da língua, do entre-pernas
têm textura mais densa e menos destilada.
Sabor dissipado em desamores.

Não tenho mais
o mesmo rosto.

O cabelo
é moldura de algo menos tenro
(ainda que menos tenso).
Está marcado pelo tempo
garimpado entre meu desvelo e teu desmazelo.

Não sou mais a mesma mulher;
sou soma de restos,
mosaico de sentimentos idos...

Sou sombra daquilo que entristeci:

Eu... envelheci.




Comentários

  1. Obrigada, Léo, fico muito orgulhosa de ler minhas letrinhas por aqui!
    (e um tanto envergonhada, admito)

    um abraço

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  2. Anônimo20:03:00

    Uau!
    Que lindo Mimi, que lindo!
    carinho meu procê e beijo babado de orgulho, rss

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  3. Façamos o seguinte Mimi. Nem o blogue é tudo isso que vc pensa e nem voce é tão menor do que Clarice Lispector. Poemas são feitos de e para corações. Eles desconhecem nomes.

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  4. Ahhhhhhhhhhh.... Que coisa linda, gatinha Mimi, que é uma coisinha linda!
    Eu discordo totalmente desta sua visão poética de ser. Você não envelheceu, você continua a ser uma mulher interessantíssima, seu cabelo é maravilhoso e você é maravilhosa. Ponto final.
    Mas parabéns pela bela poesia.
    Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.

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